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CnaFrz Baya 9 No 1288 proçeſso de caterjna frez cristaã velha ~ |
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2 Confiſsaõ de cna frez x ua no tpo dagraça Aos noue djas do mes de agosto de mjl e qujnhentos e nouenta ehum annos neſta cjdade dosaluador capitanjadabahia de todos os ſanctos, nas casas da mora da dosor visitador hejtor furtado de men doça perante elle pareçeo ſem ſer c[ h ] a mada caterjna frez eporquerer comfeſ sar ſu[ a ] culpa nesta mesalhe foj dado Ju- ramento dos sanctos euangelhos en que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo djzer en tudo uerdade, e djxe ſer cristam uelha, natural de estremoz que ueo aesta cjdade de gradada por, cjnquo annos por ſer culpada na mor te de hum homẽ a quem matou o paj de huã ſua filha eſer filha de pero madejra frez almocreue e de ſua molher marja lopez defunta casada com gaspar roiz homẽ do mar |
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do mar marjnhejro, costurejra morado ra no monte caluarjo Junto desta cjdade de ydade de trjnta annos et confeſsando ſe djxe que auera anno emeo que en dja de noſsa ſora da cõçepçejçaõ pella menhaã morando ella empiraja destacapita nja ſe confeſsou ao capellaõ do engenho da cjdade pantalljam gllz edelle reçebeo oſanctiſsimo ſacramento edespois Jndo pera ſua casa lhe lembrou ſeu marjdo que ella antes de hir pera aJgrejatinha comjdo huã talhada em ananas, et ella vendo tambem as cascas no chaõ lhe lembrou entaõ que tinha comjdo huã talhada de ananas antes de hir cõmungar, entaõ teue grande arependjmento, eſe tornou a confeſsar a hum padre da companhia o qual lhe deu em penjtencja quetrouxe ſse hũ |
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3 ſse hum celicjo qujnze djas et rezaſe cjnquo uezes o rosajro e outras tantas a coroa de noſsa sora, eJeiuaſsetres ſab bados apam eagoa a qual penjtencja ella comprio, e que ora pedja mia nesta mesa comforme aeste tempo degraça e por naõ djzer mais foj perguntada pellosor ujsitador ſe cree que nosacra mento da eucharestia consagrada aostia esta o uerdadejro corpo de xpõ noſso sor eque aJgreja sancta condena por herejes os que o negam eſe quãdo tomou osanctiſsimo ſacramento tendo comjdo ſabia que estaua nelle o corpo de xpõ noſsosor, ou se duujdou djſso, e res pondeo que ella cree que no ſacramento da eucharestia esta o uerdadejro cor po de xpõ e que tem por hereje quem ho negar |
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negar e que quando ella o reçebeo naõ duujdou nada mas antes o reçebeo pera ſaluacaõ de ſua alma e ſendo mais per guntada, respondeo que quando ſe comfeſsou et cõ mungou no djtto dja de noſsa ſenhora naõ lhe lem brou que tinha comjdo, e q naõ tinha comjdo mais que huã talhada de Ananas eque com a collera e agastamento que leuaua contra ſeu marjdo com quem pellejara lhe naõ alembrou, e que nun- ca, esteue em terra de luteranos nẽ tratou cõ elles e que sabia mujto bem que se ha de cõmungar em JeJum e q a iſso estaua obrjgada eque estapres tes pera reçeber penjtencja efoj lhe mandado ter segredo pello Jura mento que reçebeo e aſinej cõ osor visitador |
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4 visitador Manoelfrco notro dosto offjo. nesta visitaçaõ o escreuj ~ hejtor fur tado de mendoça ~ Man[ o ] elfrco ~ Traslado de huã ſeſsaõ de leonar do. x.uo. ſoltro ~ Aos ujnte e tres djas do mes de ojtubro de mjl e qujnhentos e nouenta edous annos nesta cjdade dosaluadorba hia de todos os ſanctos nas casas da morada do sor ujsitador dosto offjcjo hejtor furtado de mendoça perante elle pareçeo ſendo chama do leonardo et Recebeo Juramento dos sanctos euangelhos ſob cargo do qual prometeo djzer en tudo uerda de, edjſse ſer cristaõ uelho natural da cjdade delixboa filho de gaspar roiz marjnhejro edesua molher bran<ca>, le onarda |
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ornada defunta morador acquu em casa de belchior da costa na fregue sia de ceregipe et antes de morar cõ elle morou com gco afonso na mesma freguesia ſeu criado de ſoldada de ydade de ujnte e tres annos pouco mais ou menos porquanto djz que ouujo dizer a ſeu paj que elle que nasçeo em lixboa no tempo da prjmejrapeste grande da era de ſesenta e noue mas elle em si he afemjnado e ſem nenhuã moſtra de barba, e diz que he ſete mesinho e he ſoltro e reçebeo Juramento dos stos. euangelhos ſob cargo do qual prome teo djzer en tudo uerdade efoj per guntado pello sor ujsitador se sabe elle ou ſospejta o pera que he chamado aesta mesa, respondeo que lhe pare çeq |
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5 çe que ſera por hum caſso de ſua madrasta caterjna frez moradora que foj em monte caluarjo e ora he moradora nesta cjda de Junto de noſsa sora da Judacasada com o djtto ſeu paj o qual esta por fejtor nafazenda de Anto piz callafate na pitanga eo acaſo he que elle ouujo dj zer ao djtto ſeupaj quando moraua en monte caluarjo que adjtta ſua madras ta caterjnafrez comera huã talhada de anaanas hum dja pella menhaã antes de hir reçeber oſanctiſsimo ſacramento eq mais naõ ſabe e foj logo amoestado pello sor visitador que elle djga e de clare tudo o que mais ſabe deſsi, ou de outrem pertençente aestamesa por q lhe he aſsim neçeſsarjo pera descargo desua cõcjencja e peraſeubom despacho e por |
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epor djzer que naõ lhe lembra nadafoj perguntado se sabe ou ouujo de alguã peſsoa que ujndo em algum bar barquo ou estando em alguã outra parte are negaſse de deos ou de noſsa senhora ou dos sanctos, ou dixeſse alguã outra blasfemea, Respondeo que agora lhe lembra que ora faz hum anno vindo elle de cereegipe em hum barquo pera esta cjdade pera ha festa das honze mjl uir gens ujnhaõ no djtto barquo Anto gllz laurador de ceregipe dono do djtto barquo, e hum cjgano filho do cjgano velho chamado ſilua que anda nesta cjdade eoutro mançebo que ora esta por criado de casa do gdor. dom frco de ſousa dos quais o djtto cjgano et o djtto crjado que ora he do gouernador começaraõ azombar |
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azombar com as maõs pegando delle Reo puxando lhe pello cabeçaõ daca mjſsa e rompendo lho e apertando lhe cõ as maos hum a garganta eoutro opescoço entaõ elle Reo agastado de uer que com zombarjas o afogauaõ djxe que lhe rogaua per amor de deos que o dejxaſsem eſenaõ que derja que deos que naõ eradeos e entaõ o djtto dono do barco Anto gllz pellejou cõ os ſobredjttos djzendo q naõ querja tais zombarjas no ſeu barco erepren deo aelle Reo do q malfallou epergũ tado pellosor ujsitador edjxe elle que arenegaua de deos, ou ſe djxe que arenegarja de deos respondeo que bem poderja elle djzer com o djtto agas tamento alguas das djttas pallauras porem |
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porem que ao preſente lhe naõ lembra que djxeſse mais que o que djtto tem que derja que deos naõ era deos e q de quais quer pallauras que elle djxe pede ora perdaõ nesta mesa como de fejto logo pedjo pondoſe de Joelhos et chorando e cõ mostras de arepem djmento pedjndo mia que era moço de pouco ſaber eque com agastamẽ- to djxe o que djxe eperguntado mais dixe que elle naõ ueo aesta mesa de nuncjar oſobredjtto de ſuama drasta nẽ confeſsar deſsi o ſobre djtto nos trjnta djas do monjtorjo geral nẽ no tempo da graça porque nunca lhe lembrou nada djſso ſenaõ despois que foj chamado delle sor efoj por elle perguntado nesta meſa efoj lhe maõ |
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7 lhe maõ dado ter ſegredo eaſignou cõ osor ujsitador Manoelfrco notro dosto offjcjo nesta ujsitaçaõ o escreuj Mendoça ~ leonardo ~ A qual confiſsaõ, eſeſsaõ eu notro tras ladej bem efielmente d[ o ] pro prjo e cõ certej cõ osor ujsitador epor con cordarem de verbo ad verbum aſignamos aquj ambos Manoelfrco notro dosto offjo. nesta visitaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco |
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8 ¨eſsaõ Aos çinquo djas do mes de Julho de mil equjnhentos e nouenta etres an nos nesta cjdade doſaluador ba hia de todos os ſanctos nas casas da morada dosor visitadordosto offjo. hejtorfurtado de mendoça perante elle pareçeo ſendo chama da caterjna frez Ree conteuda nes tes autos a qual reçebeo Juramto dos stos euangelhos em que pos ſua maõ de rejta ſob cargo do qual pro meteo djzer uer dade efoj logo a moestada com mujta charjdade pello ſor ujsitador q ella acabe de comfeſsar ſuas culpas Jntra mente e declare ſe quando ella comungou lhe lembraua que tinha comjdo porq comfeſsar a uer dade desencaregara ſua |
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ſua concjencja eſe lhe dara bom despacho epor ellafoj djtto q ella tem confeſsado nesta mesa a uerdade eq quando cõ mungou lhe naõ lembrauatercomjdo per guntada mais djxe q bem ſabe que todo cristaõ quando comungar deue deestar em JeJum e que na ostia conſagrada esta o uerdadejro corpo de noſso sor Jhũ xpo tam perfejtamte como esta nos çeos e que ella nunca nada disto duujdou e heboacristãa epede mia epor naõ ſaber asig nar eu notro aſignej por ella aſeu rogo, cõ osor visitador Manoelfrco Notro do sto offjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj Mendoça ~ Manoelfrco |
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9 ¨eſsaõ Aos doze djas do mes de Julho de mjl e quj nhentos e nouenta etres annos nesta cjdade doſaluador bahia detodos os sanctos nas casas da morada dosor visitador dosto offjo. hejtor furtado de men doça per ante elle pareçeo ſendo chamada caterjna frez Ree conteuda nestes autos a qual reçebeo Juramento dos sanctos evangelhos en que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo djzer uerda de efoj tornada amoestar pello sor ujsi tador com mujta charjdade que ella aca be de fazer declaraçaõ da uerdade ſe ſe lembrou quando comungou q tinha co mjdo e ſe ouujo dizer alguem queſe po dja comer antes de commungar, respõ deo q tal lhe naõ lembrou nem ouujo e que tem comfeſsado a uer dade e ma is lhe |
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is lhe naõ lembra, perguntada per ſua genelosia djxe q he cristaã uelha natu ral de extremoz, e q conheçeo ſeuavo paj deſeupaj Joam frez almocreue, eo paj de ſua maj ſe chamaua pedre anes tambẽ almo creue, naõ conheçeo ſuas avoos ella con feſsante tem hum Jrmaõ po frez, e huã Jrmaã marja lopez casada com frco frez alfajate, e perguntada pella doutrjna cristaã persignouſe e benzeoſse, e djxe o credo, padre noſso e aue marja, eſalue raynha e mais naõ ſoube djzer epedjo despacho com mia epor naõ ſaber asignar eu notro dosto offjo. asignej por ella cõ osor ujsita dor Manoelfrco notro dosto offjo. neſta ujsitaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco |
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10 efejtas as djttas audjencjas eſseſſois logo pello sor visitador me foj maõ dado fazer estes autos cõ cluſos os quais logo fiz. Manoelfrco notro dosto offjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ Co Vtos foraõ Eſtes Autos EmMesa EPareçeo atodos os votos q Vto como aRee Veeo no tempo dagraca, E o modo como cõfeſſa acõte- cerlhe a caſo de comũgar tẽdo comido atalha da deAnanas EReſpeitado a penitẽcia q Ja ſelhe deu na cõfiſſaõ ſacramẽtal q Ella diz q cõprio ‒ q JeJue huã quarta fra, E reze cinqo vezes oRozairo eſe cõfeſſe no oprimro Jubileo q ouuer. Epage as Cuſtas. Baja 21. Julho 1593. OBispo‒ ~ Heitorfurtado de mendoça FernaõCardim ~ Lionardo Arminio Fr DamiaoCordeiro |
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