Mécia das Neves
Nomeação no documento
Mécia das Neves, moradora do termo da Vila de Jundiaí
Descrição do documento
Mécia das Neves havia emprestado um cavalo para seu vizinho para que ele pudesse se transportar de Jundiaí para Mogi Mirim, com a condição de que o cavalo lhe fosse devolvido em até quinze dias. Após um ano se passar, Mécia solicitou que lhe fosse paga a quantia estimada de vinte mil reis pelo cavalo, além de mais oito mil e novecentos réis referente à venda de alguns de seus móveis.
Local do documento
Jundiaí, Brasil
Transcrição parcial
Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor,\nDiz Mécia das Neves, moradora do termo da vila de Jundiaí, que, sendo Salvador Cardoso morador vizinho da suplicante e, intentando este mudar a sua situação para o termo da vila de Mogi Mirim, na ocasião desta mudança pediu à suplicante um cavalo emprestado para o seu transporte, o qual a suplicante, por compaixão, lho emprestou, porém com condição do suplicado lho remeter dento em quinze dias. E, tendo-se decorrido mais de um ano, não é possível o suplicante querer fazer entregue à suplicante do predito cavalo, o qual estima a suplicante em vinte mil réis, além de oito mil novecentos e sessenta réis em dinheiro, produto de alguns móveis que antecedentemente lhe tinha comprado. Sem embolso das grandes instâncias que a suplicante tem feito, além da nímia pobreza em que se acha, é provável esta renitência ser fundada no conhecimento que o suplicado tem de que, como a suplicante é uma miserável viúva com duas famílias de tenra idade e na indigência de não poder obrigá-lo pelos meios de Justiça, por isso conta como de certo usurpar-lhe o dito cavalo e levantar-se igualmente com a aquela quantia de 8.960 réis. E, à vista do expendido, considera a suplicante a maior indigência com este prejuízo, porém, lembrando-se da recta justiça de Vossa Excelência, a qual costuma praticar com os miseráveis da natureza da suplicante, a ela (como seu único refúgio) se recorre e pede a Vossa Excelência se digne mandar que o capitão-mor do distrito do suplicado, ou outra qualquer autoridade do mesmo, averiguando a verdade expendida, obrigue o suplicado a entregar à suplicante o predito cavalo, ou os vinte mil réis em que a suplicante o estima e juntamente aquela quantia de 8 mil réis, atendendo à nimidade da pobreza e não poder contender Justiça ou pleito contra o suplicado.\nEspera receber mercê.\nO Juiz Ordinário respectivo, procedendo às averiguações necessárias, defira ao [**] do [**], com justiça. São Paulo, em 16 de dezembro de 1816.
Autoria da transcrição
Elisa Hardt Leitão Motta
Condição de acesso ao documento primário
Documento fotografado e editado filologicamente
Descrição material do documento
O documento possui 1 fólio escrito apenas no recto. No centro do recto do primeiro fólio há um carimbo do Arquivo Público de São Paulo no qual é possível ler: "Departamento do Arquivo do Estado - S. Paullo ". Na margem superior direita do mesmo fólio há o código "93-3-2" escrito em grafite cinza. A datação cronológica está explicitada apenas no despacho inserido no canto superior direito do fólio: "16 de dezembro de 1816".
Tipo de documento
Requerimento
Autoria do documento
Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo (SeGovSP)
Datação cronológica
{16/12/1816}
Arquivo
Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP)
Indexador na fonte
Fundo BR SPAPESP SEGOVC, Grupo 1G3 - Justiça, Petições. Pasta 1.1.612, Documento 93-3-2
Perfil documental
Autora indireta
Detalhamento do perfil
Autora indireta de requerimento pedindo que seja paga a quantia estimada pelo cavalo que emprestou ao vizinho e nunca recebeu de volta
Catalogado por
Mariana Rodrigues de Vita; Elisa Hardt Leitão Motta
http://map.prp.usp.br/Cat/0130.jpg
https://drive.google.com/drive/folders/1n3ZlUneJaVcSwRsSo1TXlGmjRBDPGH58
-46.9013471,-23.1821009,0