Eyria alurz brazilla- 1 * Pernãbuqo- No. 1335 proçeſso de Jria alurez braſjlla deste brasjl deste brasil naõhapenitencia publicadondenaõha abJuraçaõ@pag@ Traslado do testo de Jriaalurez bra sjla Aos dezojto dias do mes de Janro de mjl e qujnhentos e nouenta ecjnquo annos nesta ujlla de Olinda Capjtanja de pernaõbuco nas casas da moradado sor ujsitador dosto offjo hejtor furtado de mendoça perante elle pareçeo ſẽ ſer chamada Jria alurez eporquerer denuncjar cousas tocantes ao sancto offjo. reçebeo Juramento dos ſanctos e vangelhos em que pos ſuamaõ derejta ſob carguo do qual prometeo djzer en tudo uerdade edjxe ſeer Jndja brasjlla Naturaldo ſertaõ dacapjtanjadabahia filhade gentio ede maj gentiaque despois foj christaã do calſartaõ foj trazidapera adjtta bahia ſendo moça pequena e na bahia foj baptizada efejta christaã et ora he de ydadenaõ ſabe declararquãto mais que quando veo do ſertaõ peraha bahia ſendo@pag@ ſendo moça pequena eragouernadordom duarte, e Bispo dom pero frez a quecome raõ os gentios veuua molher que foj de pero dias ſarrallejro moradorem casa deMartim nunez na freguesiade Jgara suforra, que aforrou mujtos annos ha batiam alurez paj de bastiam de farja na bahia. E Denunciando dixe que ſendo ella casada com ho ditto ſeu marjdo elle ſefoj aoſertaõ, edes pois de ſeer ydo alguns dous annos vieraõ nouas que elle era laa morto pello que ella per ordem do djtto ſeu sor pareçendo lhe ſeer veuuaſe casouſegun dauez com ſimaõ luis françes de naçaõ que naõ tem offjo. morador na djtta capjtanja da bahia naõ ſabe lugarçerto onde ora esteja com o qual esteue casada na djtta bahia anno emeo ateque ujeraõ outras nouas çertas de como o djtto ſeu marjdo forater alixboa, e laaficaua do ente@pag@ ente no espjrjtal Pello que permão dado do Bispo deste brasjl dom Anto barrejros ſe apartou ella do djttoſi maõ luis et ella seueo pera estaca pjtanja et elleficou nadjtta bahja e auera ora onze annos que se fez o djtto apartamento eduortio entre elles na ditta bahia eno djtto tempo que esti ueraõ casados em pero absu em ſua casa estaõ do hum dja a tarde naõ lhe lembra qual o djtto ſimaõ luis paſean do djſse elle djtto ſimaõ luis que naõ sabia pera que agente fazia mesura a cruz pois nella morreo noſso sor entaõ ella denuncjante que ſomẽte preſente estaualhe respondeo q por iſso ſe fazja meura a cruz por que nella morreo noſso sor e o djtto ſimaõ luis lhe respondeo entaõ que antes ellefarja meſura a hum cepo que a cruz, entaõ ellade@pag@ ella denuncjante ho reprehendeo que olhase o quefallaua et elle ſe calou epor naõ djzer mais foj perguntadase estauva elle bebado ou fora de ſeu Juizo, Respondeo que elle estauaemſeu siso ſem nenhũ agastamento eperguntada mais dixe que naõ lhe lembra aque preposjto elle dixe as djttas pallauras eque ella ſe es candalizou dellas, eque nunca lhe ouvjo dizer, nem ujo fazer outra cousa alguã que mal lhe pareçeſse, edo costume djxe nadamais ſe naõ que esteue casada com elle o djtto amo emeo pello modo ſo bredjtto eque faz esta denuncjaçaõ na uerdade, efoj lhe mandado ter ſegredo e aſsjm a prometeo pello Juramentoque reçebeo, epor naõ ſaber aſigbar euno tro aſeu rogo aſignej cõ osor vjsjtador aquj Manoelfrco notro dosto offjo. nesta ujsjtacaõ o escreuj hejtor furtado demendoça ~ Manoefrco Aos@pag@ Traslado do testo de bartlholomeu gllz vigro de Japaſse[e]~ Aos onze djas domes de Janro de mjl equjnhentos e nouenta etres annos nesta cjdade dosaluadorcapjtanja da bahia de todos os ſanctos nas casas da morada dosor vjsjtador dosto offjo. hejtorfurtado de mendoça perante elle pareçeo ſenser chama da o Pe. Bartholomeu gllz eporquererde nuncjar cousas tocantes aosancto evangelhos em que pos ſuamaõ de rejta ſob carguo do qual prometeo dj zer en tudo uerdade edjſse ſeer chris taõ uelho natural de padernedo Ar cobispado de Braga filho deJoaõ gllz co neguo da ordem de ſam agostjnho e de Madalenafrez Ja defuntos clerjgo de mjſsa de ydade de cjnquo entaacin quo annos@pag@ quo annos pouco mais ou menos vigro da Jgreja damade de deos deJapaſse ~ E Denuncjando dixe que aueraqua tro annos pouco mais ou menos estan do na suafreguesia Jria alurrez brasjlla forra casada que entaõ eracom ſi maõ francçes o batiquejra laurador emorador em pero absu lhe dixe a elle denuncjante a djtta Jria alurez que o djtto ſeu marjdo françes comja carne as ſestas fejras e ſabbados, edezja que iſso naõ erapeccado: Denuncjou mais que adjttta Jriaalurez esteue casada nesta capjtanja como djtto ſimaõ françes fazendo ujda de caſa dos eque estando aſsjm casados vie raõ nouas de Portugual de como laa estaua ujuo ho ſeu prjmro marjdo que era hum homẽ branco cujo nome lhe naõ lembra eque com estas nouas ſeapartou@pag@ ſe apartouella entaõ do djttofrançes ſeu ſegundo marjdo con que estaua casada a qual Jria alurez he molher de bom entendjmento eque fallamujto bem portugues eesta ora empernaõ buco em casade ſeu genro mestre de açuqueres casado com huã ſuafjlha Jsabel alurez e quando a dicta Jria alurez lhe contou osobredjtto do djcto françes Ja estaua apartada delle e njnguem outrem estauapreſente. Denuncjou mais que auera cjnquo ouſeis annos pouco mais oumenos que elle ouvjo dizer na djtta ſuafregue sai a alguas peſsoas naõ lhe lembra quaes, que hum castelhano chamado por ſobre nomesanctaannaJa defunto djſsera que gaspar brandaõ callafate morador ora nestaujlladigu[o]nadjtta ſuafrequesiadepaſse eay casado com Marja@pag@ Marja diaz eracasado em castella etjnha ſua molher ujua em calix ou em oporto de ſanctaMarja eque temdo adjtta ſua molher viua ſecasaraqua cõ adittaMa ria diaz, Denuncjou mais quedinis gllz varJaõ aſua molher moradores nadjtta ſuafrequesia lhe djxeraõ queAndre montro morador nestacjdade dixera queManoeldeparedes rezando per huas contas lhe dixera que naõ rezaſse que naõ erabom, ou outras pallauras ſe Mẽlhantes, e por naõ djzer mais foj lhe mandado ter gredo pello Juramento que reçebeo eaſsim o prometeo edo costume djxe nada eaſignou cõ osor vjsjtador Manoelfrco notro dosto ofjjo. furtado de mendoça ~ bartholomeugllz Traslado da Rattjffjcaçaõ de bartholomeu gllz clerjguo ~ Aos onze@pag@ Aos onze djas do mes de Janro demjl e qujnhentos enouentaetres annos nesta Cjdade dosaluador capita nja dabahia detodos os ſanctos nas casas damorada dosor vjsjtador dosto offjo. hejtorfurtado demendoça perante elle pareçeo ſendo chamado p Pe Bartholomeu gllz christaõ uelho na tural de paderne o qual reçebeo Jura mento dos ſanctos evangelhos em que pos ſuamaõ derejta ſob cargo doqual prometeo djzer en tudo uerdade E loguo lhefoj fejta perguntaſe eralẽ brado ter djtto e testemunhado alguã cousa nesta mesacontra alguas peſ soas eque era oque contra ellas tjnha djtto etestemunhado, epor ellefoj djtto que era lembrado terdjtto eteste munhado contra Jriaalurez bra sjlla, e contra ſimaõ françes, e cõ tra@pag@ tra gaspar brandaõ, econtraManoel deparedes christaõ nouo e em ſubs tancjadjxe o que contraelles tjnha djtto etestemunhado epera mais ſua Lembrança pedjo quelhe mandaſem Leer ſeutesto peraaſentar nauerda de delle eloguo lhefoj ljdo oque deunes ta mesa aos onze djas do djttomes e era como esta djtto na ſua denuncjaçaõ no ſegundo ljuro das denuncjaçois afolhas dozentas e trjnta e cjmquo no qualtem djtto contra os acima ditos enomeados, e despois deljdo e por elle testa entendjdo dixe que aquelle era ſeutesto aſsim como es taua escripto, e o affjrmaua eRattj ficaua edenouo dezja ſendo nesse ſarjo por todo o conteudo nelle ſeer uerdade edo costume o que djtto tem em ho djtto testo e estjueraõ preſentes por honestas e relljgioſsas peſsoas@pag@ peſsoas que tudo vjraõ, e ouvjraõ epro meteraõ ter ſegredo, no caſso, e djzer uerdadedo que lhes for perguntado nesta mesa ſob carguo do Juramento dostos. evangelhos emque puſeraraõ ſuas maõs derejtas os Reuerendos padres do collejo dacompanhjadeJesus o Pe Anto blasquez. E O Pe Marcos dacostaque aquj asignaraõ cõ osor vjsjtador ecõ a testa a quefoj mandado terſegredo no caso e aſsjm o prometeo Pello Jura mento que reçebeo Manoelfrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ o escreuj hejtor furtado de mendoça ~ bartho Lomeu gllz ~Antonjo blasques ~ Marcos da costa ~ E yda adjttatesta perafora foraõ perguntados os djttos Reuerendos padres ſe lhes parecja que ellafallaua uerdade@pag@ uerdade epor elles foj djtto que lhes pa recja que a fallaua pello djtto Juramto pello modo con que ſe Rattjffjcou etor naraõ asignaraquj com osor vjsjta dor Manoelfrco notro dosto offjo. nestavj sjtaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Anto blasquez ~ Marcos da costa ~ Traslado deſegunda ſeſsõ Marcos tauares Aos ujnte dias do mes de Julho demjl e quinhentos enouenta e tres annos nesta cidade do ſaluadorbahia detodos os ſanctos nas casas damo rada do sor vjsjtador dosto offjo. hejtor furtado de mendoça perante elle mandou ujr aesta mesaao Reo Marcos tauares por elle maõ dar pedjr mesa, e nella recebeo Jura mento@pag@ mento dos ſanctos evangelhos ſob car guo do qual prometeo dizer uerda de, e djxe que despois quefoj desta mesa correo mais pellamemorja e acha eſe lembra que alem do que confeſsado tem nesta mesa tambẽ andando hum dja paſsarjnjando no mato com ho djtto Antonjo da gujar elles ambos fizeraõ o pecca do nefando duas vezes ſendo huã vez elle Reo ho agente que penetrou com ſeu membro desonesto o vaso trazejro do djtto Antonjo dagujar fazendo aſsjm comoſefora homẽ com molher pello vaso djantejro et comprjndo dentro em o vaſso tra zejro tendo nelle pelluçaõ com ſu mando o djtto peccado nefando e outra uez ſendo elle Reo o pacj ente@pag@ ente penetrando em ſeu vasotra zejro o djtto Anto dagujarcom ſeu membro des honesto comprjndo eten do polluçaõ dentro nelle cõ ſumaõ do o djtto peccado nefando como ditto tem eque naõ lhe lembraque no djtto tempo que com elle ſedejtaua nacama fizeſsem ambos o djtto pe cado nefando mais que alguas qu tro uezes como djtto tem na prjmra ſeſsaõ cõ ſumando o ſendo ora a gentes e pacjentes, e perguntado dixe que naõ ſe alembraque elle fizeſse tambem otal peccado com o outro Jrmaõ mais moço bastiam alurez, ou bastiam da gujar, nem aJnda ſe com elle teue acceſso por de tras querendo cometello, nem que cõ elle de alguã manejra este pecca do tenta@pag@ do tentaſse edjxe mais que quando nes ta capjtanja ſe alleuantou aerronja e ydolatria chamada ſanctidade auera ſete annos ſua maj delle Reo yrria al urez negrabrasjlla que ora esta em pernaõ buco Creo tambem na djtta erronja edaua credjtto aos negros ſegujdores della enesetempo dizia a djtta ſua maj aelle Reo eho Jnduzja que creeſse nadjtta chamada ſancti dadedizendo lhe que eraboaeuerdadejra porem elle Reo nunca quis creer nella eſempre entendeo que era abusaõ efalsidade dos negros epor elle Reo naõ querer creer na djtta abusaõ a ditta ſua maj lhe teue aborrecjmẽto e ho naõ quis recolherem casa algum mes e meo, e djxe mais quea djtta ſua maj ſendo casada compero djaz ſarrallejro@pag@ ſarralhejro ſeu legittimo marjdo com o qual casou despois de auertido aelle Reo de outro homẽ, eſendo o djtto per dias ſeu legitimo marjdo ydo aoſertaõ e estando laaalguns annos ella se casou em matoim ſegundouez em façe da Jgrejacom huma françes cujo nome lhe naõ lembra, e tempor apelljdo o batiquejra morador empero absu edespois de estar com elle casa da vjeraõ nouas doſertaõ que Jnda laa andaua ujuo oſeu legitimo ma rjdo po djaz ſarralhejro com as quaes nouas ella ſe apartou do frances per mandado do ordjnarjo mas q elle Reo naõ ſabe ſequando adjtta ſua maj casou com ho djtto frances ſelhe parecja aella que era morto oſeu legitimo marjdo ſarralhejro epor@pag@ epor naõ djzer mais foj perguntado ſequer elle mal asua maj djxe que naõ e foj tornada amoestarque cujde bem em ſuas culpas porque nesta mesa ha Jmformaçaõ de mais do que elle confeſsa efoj tornado ao carçere eaſignou com osor vjsjtador aquj Manoelfrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Marcos tauares ~ Eſte marcos tauares Ratificou eſte ſeu teſto deſtaſeſſã cõtra ſua may in formajuris. no primro. Lo. das ratificacois fol. 271 - As quaes culpas eu Notro trasladej bem efjelmentedas proprjas que fi cam nos ljuros e as cõ çertej com osor vjsjtador eporcon cordarem de uerbo aduerbum aſignamosaquj ambos Manoelfrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ oescreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco@pag@ Eyria Alurez Brazilla 1ª ſeſsaõ Aos doze djas do mes de Junho de mjl equj nhentos enouenta e cjmquo annos nes taujlla de oljnda Capjtanja de per naõ buco nas casas damorada dosor vjsjtador dosto offjo. hejtorfurtado de mendoça perante elle pareçeo ſendo lhe - mandado Jria alurez negra brasjlla Ladjnaforra a qual Recebeo Juramto dos ſanctos evangelhos em que pos ſua maõ derejta ſob carguo doqual prometeo djzer en tudo uerdade et djxe ſeer digo efoj admoestadaPelo sor vjsjtador que ella confeſse averda de de ſuas culpas, epor ellafoj djtto que despois que antontem veo chama da aesta mesa elle sor vjsjtadornella a conſelhou que cujdaſse em ſuas cul pas pera vjr oje comfeſsar verdade dellas@pag@ dellas ellaCujdoumujto, e queſoo lhelẽ bra que auera alguns ojto annos que nabahiaandou entre os Jndjos gentios etambem christaos huã abusaõ aque chamauaõ ſanctjdade, eestando ella em matoim na fazenda de pero dagujar na mesma fazenda avjatambem brasjs christaos quetjnhaõ adjtta abusaõ et fazjam as ceremonjas della que eraõ bajlar, eJugarapontando cõ os dedos etomar os fumos da eruaque chamaõ emportugal erua sancta edezjam que aquella abuſaõ eracousa de deos no qualtempo ella paruoamente al guns tres |tres| djas andou cõ esta djtta abusaõ bajlando efazendo os djttos fol gares cõ os dedos etomou duas vezes os fumos ſobrejttos, crendo e cujdando que aqujllo era cousa sancta e de deos como os dadjtta abusaõ dezjam mas@pag@ mas ella naõ lhes ujo ter ydollos nẽ fazer nada mais quefazer os djttos bajl*s efolgares etomar os djttos famos nem ellafez nadamais que iſso como tem djtto, e que ella nunca dejxou a crença nem afeede Jesuxpo noſso sor masque paſsados os djttos tres djas ſefoj loguo coneſsar ao vjgro de matoim de fazer os djttos peccados o qual absolueo elhe deu apenjtencja que ella comprjo efoj perguntada ſe Jnſignou ella aalguẽ quefizeſse a djtta abusaõ, Res pondeo que naõ, eque ellatem hum filho chamado marcos que naõ ſabe ora on de esta que entaõ era moço pequeno o qual tambem tomou os djttos fumos ſegundo lhedjxeraõ, e Perguntada ſe Jnduzjo ella edjxe ao djtto ſeu fjlho marcos que creeſse nadjtta abuſsaõ Respondeo que nuncatallhe dixe, eper guntada@pag@ guntada quantas uezes pelloJou cõ ho djtto marcos por naõ querer creer nadjtta abusaõ Respondeo que nunca tal fez mas que o djtto marcos eratraueso elhefurtaua alguas couſas pello que ho acoutaua mujtas uezes por iſso mas naõ por causa dadjtta abuſaõ epor naõ ſaber aſignar eu notro aſeu roguo aſignej por ella aquj cõ osor vj sjtador Manoelfrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco 2ª ſeſsaõ Aos quatorze dias do mes de Junho de mjl e qujnhentos enouenta e cjnquo annos nesta ujlla de oljnda Capjta nja de pernaõ buco nas casa damo rada do sor ujsitadordosto offjo. hejtor furtado@pag@ 13 furtado de mendoça perante elle pare çeo como lhe era mandado Jrja Alurez Ree conteuda nestes autos a qual re çebeo Juramento dos sanctos evaõ gelhos em que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo djzer em tudo uerdade efoj tornada amoestar com mujta charjdade que afalle Por ellefoj djtto quenaõ tem mais quedjzer doquetem djtto nestes autos, foj logo perguntada quanto tempo creo ella na djtta erronja chamada ſantidade dos negros, edeu credjtto aos ſeguj dores della: Respondeo que ſomente alguns tres djas creo na djtta erronja pareçendo lhe que os negros della fal lauaõ uerdade queeraaqujllo cousa santa dedeos fazendo as djttas çeremo nias de bajllar etomarfumos o que ella fez as uezes que tem djtto mas que naõ dej xou nunca@pag@ xou nuncaasanctafee catholjcade noſso sor Jesusxpo, nem teue tençaõ de adejxar E Perguntada quantas uezes djxe ella e Jnduzjo a ſeufilho marcos que creeſse na djtta erronja djzendo lhe que era ſanctidade boa e uerdadejra Respondeo que naõ lhe lembra, quetal djxeſse aſeufjlho, perguntada quãto tempo o naõ quis recolher em ſuacasa por naõ querer creer naſanctjdade aſsim chamada, Respondeo que nunCa tal lhe aconteçeo, perguntada porque caſou ella com o frances ſimaõ luis pu ljcamente em façe da Jgreja tendo ella oſeuprjmro marjdo po djasſarralhej ro ujuo noſertaõ, Respondeo quetodos diziam que o djtto pero djaz eramorto eaſsjm ſe dizia geralmente na bahia e que ho sor dellaRee bastiaõ alurez paj de bastjaõ defarja a caſsou djzendo que po djaz@pag@ 14 po djaz era morto no ſertaõ por quanto na quella conjunção os gentios tjnhaõ mor tos mujtos brancos no ſertaõ equepor ella ſeer molher ſimplex e naõ enten der iſso naõ fez mais djlljgentia pera se certjffjcar damortedelle pera ſe ca sar ſegundauez e que despois de estar ellacasadacom osegundo marjdo veo hum mulato a bahia do Rejno q Ja he mor to O qual djxe que elle, e o djtto po djaz eoutros ſeforaõ do ſertaõ aceregipe de vaJabaris, e de ay ſe embarcaraõ em hum Naujo pera a djtta bahia Aqual naõ poderaõ tomar com o tempo e a Ribaraõ as antjlhas eforaõ ter aportu gal a Cjdade do porto, onde no os pital ficaua doente o djtto pero djaz ecom esta noua permandado do Bpo ſe apartou logo do djtto ſegundo marjdo com o qual ella ſe tjnha casado cujdãdo ſeer oprjmro@pag@ ſeer o prjmro morto, Ede ſua genelosja djxeque he filha e neta de gentios e q he forra queo djtto ſeusor afforrou eque ſoo ſua maj conheçeo que ſe fez christaã e ſe chamou phelipa, E Per guntada pella doutrjna christaã per ſignouse ebenzeoſe, edjxe o credo, padre noſo, auemarja, ſalue Rainha, eos man damentos da lej dedeos, eos peccados mor tais, mujto bem, e djxe mais quehe natural do sertaõ de pero absu da Capjtanja da bahia epedjo despacho cõ mia epor naõ ſaber asignar eu notro aſeu rogo asignej aquj por ellacõ osor vjsjta dor Manoelfrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ o escreuj ~Mendoça ~ Manoelfrco@pag@ 15 3aſeſſaõ Aos qujnze djas do mes deJunho de mjl equjnhentos enouenta e cjnquo annos nesta vjlla de Oljnda Capjtanja de per naõ buco nas casas damorada dosor vjsjtador dosto offjo. hejtor furado de mendoça per ante elle pareçeo como lhe era mandado Jria alurez Ree con teuda nestes autos a qual recebeo Jura mẽto dos ſanctos evaõ gelhos em quepos ſua maõ derejta ſob carguo do qualpro meteo djzer em tudo uerdade efoj logo tornada amoestar que afalle eporella foj djtto que esta nojte cujdou mujto Conſiguo correndo ſua vjda pellame morja, e que lhe lembra mais q he uer dade que os djttos negros dadjtta erronja chamada ſanctidade de[z]jaõ que deos noſso sor avja de desçerdo çeo aterra, eque avja deos de mudar este mundo eque quando vjeſse qua a terraa@pag@ aterra vjaõ de morrertodos, eque des pois de morrerem ſe avjaõ detornaraleuãtar edjziam mais que aquellachamada ſanctidade era cousa dedeos, eque lhe Jejuaſsem eque enganandose ella Ree com as djttas cousas que ouvjo pareçendolhe que eraõ boas ede deos Jejuou os tres djas que tem djtto que na djtta erronja esteue, comendo ſomte huã uez no djaque erapejxe ao Jantar pello que estando ellaaſsjm nadjtta erronja dos djttos negros crendo nella parecendo lhe que erasanctidade uer dadejra dedeos, djxe, eprocurou perſu adjr ao djtto ſeu filho marcos que entaõ era moço que creeſse tambem nadjtta chamada ſanctidade djzendo lhe que eraboa ecousade deos cujdando ella Ree ſeer iſso aſsjm, mas quenunca o djtto Macos quis com ſentircõ ella, e nuncaquis crer@pag@ 16 Creer nadjtta abusaõ, mas antes repren dja aella Ree djzendolhe que naõ creeſse naqujllo q naõ prestaua eque ſe foſse comfeſsara ao confeſsor Pello que paſsa dos os djttos tres djas entendendo ella ſua ignorantjade estar djtta erronja adejxou eſe foj loguo cõ feſsar ao vjgro de Matoim frco roiz ora defuncto que a absolueo elhe deu penjtencjaq ella comprjo eque estahe auerdade quelhelembradetodas ſuas culpas e q mais lhe naõ lembra ~ E Perguntada ſetjnhaõ os negros na djtta abusaõ em matoim onde ellaan doufejto algum modo deJgreja oude altar, cõ alguã cruz, ou Jmagẽ, ou figura, ouydollo, a que fizeſsem Reuerentia djxe q nada djsto lheujo eque adjtta abusaõ entre os djttos negros deMathoim ſeleuaõ tou com afamadachamada ſancti dade que naquelle tempo estaua em Jaguype@pag@ Ja[g]uaype nafazendadefernaõcabral na mesma bahia etornada apergun tar perſua tençaõ djxeque nuncalar gou afee de noſso sor Jesuxpo, eque por ſuaignorantia cujdaua que adjtta abusaõ dos negros eracousaboa de deos ede noſsa sta fee eque pede perdaõ emia e pornaõ ſaber asignar euNotro aſeuroguo aſignej por ella aquj cõ osor vjsjtador Manoelfrco notro dosto offjo. nesta ujsjtaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco@pag@ efejtas todas as djlljgentias et ſeſsois atras fiz estes autos com clusos per mandado do sor ujsita dor em final em oljnda aos vjn te@pag@ 17 te eſeis de Junho de mjlequjnhentos enouenta ecjnquo annos Manoefrco notro dosto offjo. nesta vjsjtaçaõ o escreuj Co ForaõVistos Estes Autos Em Mesa EPareçeo atodos os Votos qVto como aRe cõfeſſa qportres dias creo na abuſaõ chamada ſanctidade dos gẽtios, Efazendo nelles o q Elles fazẽ por seremonia deba- lhar etomar fumos, E qJndu zio E procurou q ſeu fo marcos moco creſſe tabem na dita ſãcti dade@pag@ dade aſſim chamada dizendolhe qEra boa e couſa de deus posto q o dito mar cos naõ cõſẽtio ãtes arephẽdeo – E Vto tãbam ſer a dita abuſaõ dos gẽ tios deſte brazil E aſoſpeita qReſul tra cõtra aRe porſer deſta caſta Reſpeitandoſeporẽ affirmar Ella q cuidaua q a dita abuſaõ Era couſa boa dede acomo os negros diziaõ E q nũqa deixou afee de xpo noſſoſor E a ou- tras cõſideracois pias qſerueraõ q ſomẽte va a Re ao Auto publico Em corpo com huãuella aceſſa namao ondeſelhe lea ſuatẽça Emq ſe lhejmponhaõ poenitẽcias Espirituai Epague as Cuſtas Em olynda aos 7. dejunho de 1595 – Heitor furtado de mendoça – OBispo – viçente – Lionardo Arminio – Frei Damiaõ dafonçequa@pag@ 18 Sentença Accordaõ o visitador aPostolljco do sancto offjcjo o ordjnario e aſseſso res que uistos estes Autos edilljgẽ tias fejtas Mostrase que Eyriaal urez Jndja brasjllaforra natural do ſertaõ da bahyamoradoranoter mo deJgarasu Ree que Preſente esta quando na djttaCapitanja dabahia auera ora ojto, ounoue annos ſe levantou entre os negros huã abusaõ dos gentios aque chamauaõ ſanctidade estando ella Re la eten do por obrigação como christam baptizada q era a naõ creer na tal erro nja gentjlljca ella ofez Pello contrajro porque por espaço de tres djas creo na djtta erronja e abusaõ eandou nellafazendo nos djttos tres djas o que os dadjtta abuſsaõ fazjam por çeremo nja@pag@ nja, que era balhar efazerfolgares, e Jogos apontando com os dedos eto mar os fumos de huã erua quepera iſso usaõ os quaes tres djas ella Ree Jeiuou comendo nelles Peixe ehuã ſo uez ao dia que era o Jantar por quanto os negros da djcta erronja chamada sanctidade diziam que aqujllo era cousa de deus eque lhe Jeiuaſsem os quaes fumos ſobredjttos ella Re tomou duas uezes. Mostrase mais que aRe estando aſsim nadjtta erronja crendo nellaprocurouper ſuadjr a hum certo mamaluco que creeſe tambem nadjcta abusão cha mada ſantidadedjzendo que era boaecousade deus. Posto que o djtto mamaluqo nunca quis creer na djtta abusaõ mas antes reprehendeo aella Ree@pag@ 19 Ree que naõ creeſse naqujllo que naõ Prestaua eque se foſse confeſsar, o qu tudo uisto com o mais que destes autos consta, etambem uisto ſeer adjtta abu saõ erronja dos gentios deste Brasjl decuja casta ella Ree he. Pello que Resulta Praesupçaõ contraella. Res pejtando se porem aella Re affirmar que Jgnorante mente cujdauaque adjtta abusaõ dos negros era cousa boa de deus ede noſsa ſancta fee como elles djziam equepor Jsso creo nella efez as ſobre djttas cousas. Mas que nunca dejxou a fee catholljca de noſso sor Jesu xpo nẽ teue tençaõ de adejxar, e aella na mesa chamada aJuizo comfeſsarſua culpa, Epedjr misirjcordja, ea outras mais conſi deraçois Pias queſe tjueraõ no caſo Mandaõ@pag@ Mandaõ que aRee Eirja alurez empe na, e penjtencja de ſuaculpa vaao auto publjco dafee em corpo com huã vella açeſsa namaõ, equeſe confeſse e cõ mungue de conſelho deſeu confeſ sor nas quatro festas princjpais ſeguj tes, do natal, paschoa, spirjtusancto, eaſupçaõ de noſsaſora e em cadahuã dellas Reze hum Rosajro denoſsaſora e Pellos ſobre djttos respejtos pjadosos vsaõ com ella de mujta misirjcordja es cuſandoa das mais penas queme recja E Pague as custas Dadana meſa daujsitaçaõ dosto offjcjo em o Ljndade Pernaõ buco aos ſete deJulho de mjl equjnhentos e nouenta e cjnqo annos Manoelfrco notro dosto offjo neſta vjsjtaçaõ o escreuj ~ Heitor furtado de mendoça@pag@ 20 Publjcadafoj aſentençaatras no auto dafee queſe ſcelebrou naJgreja marjz desta vjlla de oljndade per naõ buco aos dez djas deſep tembro de 1595 ſendo preſentes osor vjsita dor e outros mujtos Relljgioſsos e Justjças emujtagente epouo aRee Jrjaalurez brasjlla emſuapeſsoa a qual despois namesa osor vjsjtador em carregou cõ prjſseas penjtencjas declaradas na djtta ſentença epor ella naõ ſaber aſignar aſignej por ella aquj cõ as testas aſignadas Manoelfrco notro dosto offjo nesta vjsjtaçaõ do brasjl que ao ſobredjtto foj preſẽte etudo aſsjm paſsar na uerdade dou mjnhafee oescreuj ~ Manoefrco Frco de gouuea dalltro Frco Fra MartidoPi* *@pag@