|:| MA
|:| : "text_1[sem título]"
|:| Versão Original text ['DO_BREAKLINES']
|:| Arquivo gerado pela ferramenta E-Dictor


"text_1[sem título]" (author: , ) [ extensão: full, 1196 palavras ]

ma alurȥ mamaluça

𝔅aýa
28

𝒩10,754

proçeſso de 𝑀arja alureȥ
𝑀amaluça
10754
{ } 19


_


1

Conʄiſsaõ ꝺe marja alureȥ
mamaluça

𝒜os ujnte ε cjnquo djas ꝺo mes de majo
de mjl e qujnhentos ε nouenta etres
annos nesta cjdaꝺe dosaluaꝺor
bahia de toꝺos os stos. nas casas da mo
rada dosor ʋisitaꝺor dosto oʄʄjo. hejtor
ʄurtaꝺo de mendoça perante elle pare
çeo ſen ſer chamaꝺa marja alureȥ epor
quer conʄeſsar ſuas culpas recebeo Jura
mento dos ſanctos εuangelhos εn q pos
ſua maõ derejta ſob cargo do qual pro
meteo djȥer uerdaꝺe εn tudo εdjxe ſer
mamaluca natural de porto ſeguro ʄilha
de djo. alureȥ homẽ branco, e de caterjna
brasilla escraua do djtto djogo alureȥ ſeu
paj, casada com manoelʄreȥ mestre de
acuqueres morador na ʄreguesia de ta
ſuapina de ydade de quarenta annos
pouco mais, ou menos, e conʄeſsando

djxe


djxe que ſendo ella moça de doȥe annos ſe
aleuantou εntre os brasis gentios ε
cristaõs desta capitanja huã abusaõ
et ydollatrja antre elles costumaꝺa
a que chamaõ ſanctidadε ε estando ella
moraꝺora εn casa de 𝒜luaro gllȥ ubaca
Junto de ſam bento desta cjdade os negros
brasis cristaõs bautiȥados da djtta casa ʄi
ȥeraõ tambem, a djtta abusaõ, bajllando, et
ſaltando, e djȥendo q ujnha oſeu deos eque
Ja εra chegado oſeu deos, e ʄaȥendo outros
disprepositos, costumados nesta abusaõ
gentilljca, et ella conʄeſsantε ʋendo aqujllo
Creo con elles naquelle abusaõ djȥendo que
cria nella ε declarando isto as outros ne
gros q tambemʄaȥiam e criam a djtta ſan
tidadε porem ella naõ ʄeȥ as djttas çeremo
njas, de ſaltar e bajllar cõ elles porem esta
ua os olhando crendo na djtta abusaõ et
nella [ * ] o espaço de dous djas parecen

do lhe


2

do lhe q era uerdade ho que os djttos negros
deȥiam epor que o djtto 𝒜luaro gllȥ huã
nojte ʄaȥendo os djttos negros a djtta
abusaõ con grande matinaꝺa ʄoj abajxo
eos açoutou eaſsim açoutou aella quε
estaua preſentε, dejxou ella εntaõ de
ter a djtta creença e despois djsto ſe con
ʄeſsou aos padres da companhia et absol
ueraõ, e ʄoj lhe declarado pellosor ujsita
dor que ella conʄeſse ſuatençaõ ſe dejxou
de creer εn deos noſso sor Jhũ xpõ e no que
cree asanta madre Jgreja porque lhe
relleua declarar isto nesta mesa pera
ſe lhe dar remedjo a ſua alma, respondeo
q nunca dejxou de creer εn xpõ noſso sor
εna lej dos cristaõs mas q nos djttos djas
ſomente creo tambem Juntamente na dj
ta abusaõ como moça ſimplex porem ſem

prε


pre εn ſeu coraçaõ teue aʄee de xpõ e djxε
que da djtta culpa pede perdaõ epor naõ
ſaber asignar εu notro a ſeu rogo asinej
por ella cõ osor ujsitador aquj ε decla
rou que naõ ſabe njnguem que na djtta
ſantidadε creeſse cõ ella ſe naõ alguas
negras que Ja ora ſam mortas 𝑀anoel
ʄrco notro dosto oʄʄjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj

hejtor ʄurtaꝺo de mendoça 𝑀anoelʄrco

𝒜s quais culpas eu notro trasladej bem
eʄielmente das proprias q ʄicam no li
uro e as cõçertej cõ osor ujsitaꝺor epor
concordarem de uerbo aduerbum asigna
mos aquj ambos 𝑀anoelʄrco notro dosto
oʄʄjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj~

𝑀endoça
𝑀anoelʄrco


3

1a ſeſsaõ

𝒜os tres djas ꝺo mes ꝺe Julho ꝺe mjl e
qujnhentos e nouenta e tres annos nes
ta cjdaꝺe dosaluaꝺor bahia de toꝺos
os ſanctos nas casas ꝺa moraꝺa ꝺo
sor ujsitaꝺor ꝺosto oʄʄjo hejtor ʄurtaꝺo
de mendoça perante elle pareçeo ſendo
chamada 𝑀arja alureȥ Ree conteuꝺa
nestes 𝒜utos a qual reçebeo Juramto
dos ſanctos eʋangelhos en q pos ſua maõ
derejta ſob cargo doqual prometeo
djȥer uerdade, elogoʄoj amoestaꝺa
pello sor ujsitaꝺor com mta carjꝺaꝺe
que ella acabe de conʄeſsar todas ſuas
culpas e atençaõ ꝺellas q aſsim lhe re
leua mujto pera descargo ꝺeſua con
cjencja epor ellaʄoj djtto quetem
conʄeſsaꝺa a ʋerꝺaꝺe et he boa crjstaã
eſomente creo na abusaõ gentilica

dous


dous djas como tem comʄeſsaꝺo tendo
tambem Juntamente ſempre noſeu co
raçaõ noſsa ſanctaʄee catolica epor
naõ djȥer mais εu notro aſeu rogo
aſ[j]nej cõ osor ʋisitaꝺor 𝑀anoelʄrco
notro dosto oʄʄjo. nesta ujsitaçaõ o escre
uj~

𝑀endoça
𝑀anoelʄrco

2ª ſseſsaõ

𝒜os tres djas do mes de Julho de mjl ε
qujnhentos e nouenta e tres annos
nesta cjdade dosaluaꝺor bahia
de todos os ſanctos nas casas ꝺa
moraꝺa ꝺosor ujsitaꝺor ꝺosto oʄʄjo.
hejtor ʄurtaꝺo de mendoça peran

te


4

te elle pareçeo 𝑀arja alureȥ Ree
conteuꝺa nestes autos a qual reçe
beo Juramento dos ſanctos εuange
lhos εmquepos ſua maõ derejtaſob
cargo doqual prometeo djȥer uerda
dε, ε logo ʄoj tornaꝺa amoestar cõ
mujta carjdaꝺe q ella acabe de cõʄeſsar
ſua culpa cõ ſuatençaõ porq lhe Jmporta
aſsim pera bem deſua alalma epor
ella djȥer q naõ tem mais q djȥerdo q
tem djtto e quetem conʄeſsaꝺo uerꝺaꝺe
ʄoj perguntaꝺa desua genelosia, res
pondeo q naõ ſabe de ſeus aʋoos nẽ
tem Jrmaõs nẽ parentε tem ſoo huã
ʄilha do djtto ſeu marjdo, ε pergunta
da pella doutrjna cristaã persignou
ſe ebenȥeoſse, εdjxe o credo, epadre noſso
ε aue marja, ε εmʄim pedjo despacho

com


com mia eʄoj lhe mandaꝺo q torne aesta
mesa dentro neste mes deJulho et εntrε
tanto ſenaõ ſaja desta cjdade ſem
liçença delle ſor ujsitaꝺor eaſsim o
prometeo epor naõ ſaber asignar εu
𝒩otro aſignej por ella cõ osor ujsitaꝺor
𝑀anoelʄrco notro ꝺosto oʄʄjo. nesta ujsita
çaõ o escreuj~

𝑀anoelʄrco
𝑀endoça


5

𝑀a alurȥ mamaluça

𝔇i[ * ] manuel ʄerȥ dabelha q ʋ.m. mandou q ma
A[ * ] ſua molher naõ ſe ʄoſe desta cidade por ſer
ſeruiço de 𝔇eus.
𝒫ede a .ʋ.m. lhe dey
liçença pera ir ʋer ſua caſa ε ſua pobreſa
que a tres ſamanos q naõ ʋiu coſa ſua no
que tem recebida perda ε ella ʋira obedeſer
ao mandado de .ʋ.m. limitando lhe o tempo
por ſer dex leguas desta cidade ε naõ ter
embarquaçaõ ſua nem gente que a traga no
q .R. M. †

𝔇e ʄiança de 𝒱inte #os qtornará
apreſẽtarse neſta mesa te os deȥ dias
ꝺo mes de 𝒜goſto pximo 𝒱ãturo.
𝔅aja
5. Julho 1593.

𝑀endoça

oſuprjcante ſeobrjgou nesta mesa pello Ju
ramento dos stos eʋangelhos en q pos ſua
maõ de traȥer a esta mesa aſua molher
no tempo ꝺeclaraꝺo atras eaſignou
manoelʄrco notro ꝺosto oʄʄj. nesta ujsita
çaõ o escreuj~

[ * ] Mʄrz abelha


eʄejtas as djttas audjencjas eſseſsois logo
pello sor ujsitaꝺor me ʄoj mandaꝺo ʄa
ȥer estes autos conclusos os quais logo
ʄiȥ 𝑀anoelʄrco notro dosto oʄʄjo. nesta uj
sitaçaõ o escreuj~

Co

ʄoraõ𝒱tos εſtes 𝒜utos εm 𝑀esa ε𝒫areçeo atodos
os 𝒱otos q𝒱to como cõtra aRee naõha mais Jn
ʄormaçaõ qſua propria cõʄiſſaõ, ε ſer. quãdo
teue ε declarou ter a crença na 𝒜busaõ gẽtillica,
moça de doȥe 𝒜nos ε ſer mamaluça ſim=
plex ε as mais cõſideraçoĩs qſetiueraõ q neſta
𝑀esa ſejaRephẽdida ε amoeſtada εſelhe Jmpo=
nhaõpniasεſpuais.
𝔅aja 30 Julho 1593

𝔅ispo Hejtor ʄurtado de mendoça
ʄernaõCardim † Lionardo Armainio
Marcos da Costa ʄr Mancio da Cruz
ʄr Damiaõ Cordro


_


_