Ilustríssimo Senhor Florêncio Francisco dos Santos Franco
Meu senhor muito do meu respeito e amor, chegou o André com a carta de Vossa Senhoria, que muito estimei por saber vive Vossa Senhoria sem incômodo de saúde e felicidades, que lhe desejo. Não digo eu assim que estes dias tive uma dor que bem me maltratou, porém agora já fico aliviada. Vejo o que Vossa Senhoria me diz respeito a alforria da Dita, a qual ficou muito satisfeita, e também vi os incômodos que Vossa Senhoria tem tido a este respeito, como a besta anda sempre com a cabeça pelas paredes, nada pode fazer com acerto, Deus nos tenha da sua mão. E, como Vossa Senhoria me diz, se obriga a pô-la livre é o que se quer. Não mando a carta por temer algum descaminho, porque não conheço a portadora que aqui veio esbarrar com uma tragédia que nem eu o entendo. Eu penso precisará de algum requerimento a Sua Excelência Reverendíssima, ou ao nosso general, porque se lhe fazem o que ele diz, não há maior infelicidade ( que com licença é sobre cornudo aperreado ) e como Vossa Senhoria também é compadecido como eu, e sempre me honrou, fará o que puder, e por isso me confessarei cada vez mais obrigada. Aceite saudades de Antônio e prima Joana, e de todos os mais de casa. E eu particularmente sou
De Vossa Senhoria, a mais obrigada e amante [ilegível],
Laje, 19 de junho de 1817. Hipólita Jacinta Teixeira. |