 |
Marja frez cjgana Baya 31 N 10747 proceſso de Marja frez per outro nome vyolante Cj gana preſsa no car cere dosancto offjcjo |
|
 |
hejtor furtado de mendoça visita dor apostolico deste estado epro ujncja do brasil em to das as couſas de nossa ſancta fee catholjca etc Mando auos frco de gouuea merjnho dosto offjcjo q prendais aviolante alias, a marjafrez cjgana por cul pas q della tenho o brigatorjas a prjſsaõ por parte dosto offjo epreſ ſa aentregareis ao cajde do carçe re comprjo aſsim dado nesta cj dade dosaluador a ſeis de JanroMel frco Notro dosto offjo neſta visitaçaõ o fiz de 92 Mendoça foj preſsa esta Ree et entregue ao al caj de do carçere dosto offjo o qual ſe ouve por entregue della oje 6 deJanro epor ver dade aſinamos aquj ambos mell frco Notro dosto offjo nesta visitação o fiz de 92 Manoelfrco Aluro de uilas boas |
|
 |
2 Aos ujnte de hum dias do mes de agosto de mill e qujnhentos et nouenta e hum a nnos nesta cjdade dosaluador capitanja da bahia detodos os ſanctos nas casas da morada doſor ujsitador hejtor furtado de mendoça perante elle pareçeo ſen ſer chamada Angelljna da costa Cigana epor querer denuncja<r>- couſas tocantes ao sto offjcjo reçebeo Juramento dos sanctos euã gelhos em que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizer uerdade, e dixe ſer natural da andaluzia filha de gaspar mell chior, e de mon ſerrana ciganos defuntos de idade de cinquo enta annos casada com ujcente da sillua cigano morador nesta cjdade e denuncjando dixe que auera dous meſes que Jndo ella com ujolante per outro nome marja frez Cigana ſoltra molher do mundo além de matoim aditta ujolante |
|
 |
cayo em hum rjbejro e despois que ſajo com agastamento arrenegou de deos e de nossa ſenora e reprendendoa ella ella
ſenaõ desdixe e per duas uezes arrenegou de deos ede nossa ſenhora e do costume dixe nada et proemeteo ter ſegredo epor naõ ſaber aſi nar eu Manoel frco Notro a ſeu rogo aſignej cõ osor ujsitador aſeu rogo Ma noel frco Notro dosancto offjcjo nesta ujsi taçaõ o escreuj, ~ hejtor furtado de mendo ça Manoelfrco ~ Aos ujnte e hum dias do mes de agosto de mill equjnhentos e nouenta et hum annos nesta cidade dosaluador capitanja daba hia de todos os ſanctos nas casas da mora da do sor visitador do sancto offjcjo hej tor furtado de mendoça per ante elle pa reçeo ſem ſer chamada brjanda frez cjga na |
|
 |
3 na e por querer denuncjar couſas tocantes ao sancto offjcjo reçebeo juramento dos stos euangelhos em que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizer uer dade em tudo e dixe ſercristaã uelha natural de lixboa filha de marja frez ede frco alurez cjganos de funtos de idade de cjnquo enta annos pou co mais ou menos que uſa de adella nesta cjdade em ella moradora na Ruua do cho calho, edenuncjando dixe que huã cjga na chamada ujolante epor outro nome cha mada marja frez molher do mundo a mais de tres annos que anda ex comungada por que furtou, e entrajos de homẽ aJoana gllz molher do falejro moradora nesta cjdade offato de sua casa, pello qual furto ſetirou e publicou huã carta de excomunhaõ na ſee desta cidade aqual adicta cjgana, nun ca ſahio ate gora, e saõ testas. disto as Jrmaas da dicta Roubada et istosabe por que outro cigano per nome frco quefoj companhejro no ditto furto restetujo a sua a metadede clarando |
|
 |
clando que a ditta cjgana ujo alante per outro nome marja, fur tara et leuara a outra a me tade et tambem de nuncjando dixe que outra cjgana dos olhos grandes per nome Pauloa lhe dixe que dizendo ella a dicta ujolante alias marja que a querjam a cuſsarpor q are<ne>gara de deos a dicta ujolante aljas marja respondera estas palauras eu naõ arreneguej de deos ſe naõ desancta marja e do costume dixe que tem aesta em odio com a dicta ujolante aljas marja et pro meteo ter ſegredo pello juramento que reçebeo et por naõ ſaber aſinar eu Notro a ſeu rogo aſinej cõ osor ujsitador Ma noelfrco Notro, do sancto offjcjo nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ hejtor furtado de mendoca ~ Manoelfrco ~ |
|
 |
4 Aos ujnte e hum dias do mes de agosto de mill e qujnhentos e nouenta e hum annos nesta cjdade do saluador capitnaja da ba hia detodos os ſanctos nas casas da mo rada do sor ujsitador do ſancto offjcjo hejtor furtado de mendoça perante elle pareçeo ſen ſer chamda tareja roiz cigana et por querer denuncjar couſas tocantes aesta meſa reçebeo juramẽto dos ſanctos euangelhos em que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prome teo dizer uerdade em tudo e dixe ſer cris taã uelha Cigana natural de lixboa veuua de idade de cjnquo enta annos molher q foj de Aluaro de rjbejra cjga no filha de Joam coelho e de ujolante frez Ciganos defuntos moradora nesta cidade que ueo do rejno porsua uonta de ſen ſer degradada e denuncjando dixe |
|
 |
que auera ſeis annos que nesta cidade e pellas roças deste reconcauo ujo mujtas uezes em mujtos ediuerſsos dias a ujola nte cigana per outro nome marja frez de idade que pareçe de quarenta annos estante nesta cidade casada com balthesar Cjgano que ficou nas galles do rejno que ueo degradada pera obrasill por furtos a renegar de deos edesancta marha por qualquer ocasia pequena de agasta mento efoj ſua companhejra das por tas adentro quasi hum anno eaujo em mujtos dias como ditto tem diuer ſos com qualquer caso pequeno ou en tro peçando, ou caindo das maos de ſeu filho algua cousa, ou molhandose ou cõ outros caſsos ſemelhantes com agastamento dizer que arenega ua de deos e de ſancta marja et Jeſu xpo e por ella ſer mujto costumada a dizer estas blas femeas a lancou fora de casa |
|
 |
5 caſa, de nuncjou mais que auera hum ou dous annos que ella ujo nesta cjdadea marja gllz dal cunha a ardelhe o rabo mo lher ſoltra que ueo de gradada do rejno por fejticejra que ora dizem andar por esta bahia a qual dixe aella de nun cjante que ellafalaua cõ os diabos e lhe dixe que lhe darja huã mezinha tal que quem tocaſse cõ ella aoutra peſsoa llogo lhe fazia fazer quanto que rja et lhe mostrou huns oſsos que trazia me tidos nos cabelos da cabeça dizen do que eraõ de enforcados pera as Justicas naõ entenderem cõ ellaca ſsim ſabe q he tam pubrjca nesta bahia que adicta marja gllz falla cõ os demonjos e do costume dixe nada et prometeo ter ſegredo pello juramento que reçebeo epor naõ |
|
 |
ſaber aſignar eu notro a ſeu rogo aſinej cõ osor ujsitador Manoelfrco Notro do sto offjcjo nesta ujsitaçaõ o escreuj hejtor furtado de mendoça, Manoe frco ~~ |
|
 |
gfiſſaõ de ma frzcigana Aos ujnte dias do mes de agosto de mill e qujnhentos e nouenta et hum annos nesta cjdade dosaluador capitanja da bahia detodos os ſanctos nas casas da morada dosor ujsitador dosancto offjo hejtor furtado de mendoça perante elle pareceo ſen ſer chamada dentro no tẽ po dagraça Marja frez et por outro nome ſe chama violante epor querer confeſsar ſua culpa reçebeo juramento dos ſanctos euangelhos em que pos ſua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizer uer dade em tudo uerdade et diſse ſer natu ral de sam feliçes dos galhegos fa. De frco escudejro português cristaõ uelho ede sua molher marja ujolante cjgana de quarenta annos pouco mais ou menos cj gana ueuua molher q foj de frco frez ferrej ro cjgano moradora nesta cjdadeque ueo de gradada deo rejno por furto de buros |
|
 |
buros pera estas partes do brasill et comfeſsan do dixe que auera dous meses q cõ agasta mento Jndo pellos matos camjnho dasfa zendas destes reconcauos por ſe uer emtra balhos de paſsar huas ribejras deaguoa eſe molhar dixe duas ueçez naquela mesma ora e tempo, <q arenegaua de deus> Jndo presente cõ ella que lhe is to ouujo outra cjgana per nome angelina ſua enemjga con aqual esta ora em grandes odios, esendo mais perguntada dixe q nunca outra uez nesta cjdade nẽ fora della ſoo nẽ acompanhada lhe aconteçeo outra couſa semelhante nem dixe a ditta blasfe mea nem outratal mais que ſomente na ditta ora no ditto camjnho como ditto tem, e diſso pede perdaõ et mjsiricordia eaſsim mais na mesma ora etempo dixe tambem com agastamento por que cho uja mujto que deos que mjraua ſobre ella eque a querja afogar, e dis<to> pedio tam bem pedio perdaõ efoj perguntada ſe quando ella dixe |
|
 |
7 dixe as dittas palauras teue tençaõ conſi derada mente de arenegar de deos não cren do nelle eapartandose de sua crençaou entendendo que deos uerdadejra mente mjja como os outros homens respondeo que naõ fez nenhuã consideraçaõ das ſobre dittas mais que so supitamente cõ agastamento dixe as dittas palauras e que ella ſempre creo et cree em deos esabe q deos naõ mjja q bebe cousa pertencente ao homẽ e naõ a deos et prometeo ter ſegredo epor naõ ſaber asignar eu Notarjo aſeu rogo asinej cõ osor ujsitador Manoelfrco Notarjo do sancto offjcjo nesta ujsita caõ o escreuj – hejtor furtado de men doça, Manoelfrco ~ foraõ concertadas as denuncjacois atras contramarjafrez cigana eaſsim acõ fiſsaõ atras damesma marja frez per mj notro cõ osor visitador epor cõ cor darem de ve<r>bo aduerbum aſinamos auj ambos Melfrco notro dosto offjo o escreuj Mendoça ~ Manoelfrco |
|
 |
Ellogo fiz estes autos con Clusos ao sor visitadormell frco Notro dosto offjo nesta visi taçaõ o escreuj ~ Con cluſo ~ Paſſeſe mandado paſer preſa violante alias Ma ria frz Cigana Vtos Eſtes Autos E a qualidade ee ſuaCulpa .6. Janro 92 Mendoça |
|
 |
8 ¨ ſeſsaõ Aos ſete dias do mes de Janro de mil equj nhentos e nouenta e dous annos nesta Cidade dosal<uador> Capitanja da bahia detodos os ſanctos nas casas da morada do sor visitador dosancto officjo hejtor furta do de mendoca per ante elle mandou ujr a marja frez cjgana preſsa pello ſancto offjcjo a qual reçebeo juramto dos sanctos euangelhos en q pos sua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizer uerdade etfoj logo amoestada pello sor ujsitador com mujta charjdade que falle uerdade et comfeſse Jntejra mente ſuas <culpas> por que lhe aprouejtara mujto iſſo com feſsando ella antes de opro meter do ſancto offjcjo ujr com llibello contra ella eque com feſse ſe no camjnho de Matoim onde ella tem comfeſsado q arenegou duas uezes de deos, ſe tam bem arenegou entaõ de ſancta marja |
|
 |
respondeo que heuerdade q o ditto tpo et lugar quando dixe que arenegaua de deos tam bem juntamente dixeq arenegaua de nosa ſenhora foj tambẽ per guntada ſe antes ou despois nesta cidade oufora della dixe as mesmas blas femeas ou outras ſemelhantes al guã uez, respondeo q ha mais de hũ anno estando preſsa na cadea desta cjdade eJndo lhe a carcerejra lancar huns ferros ella Ree com colera eagastamento di xe que arenegaua de deos, et na mesma prjſsaõ enfadada della no ditto tempo ſe em comendou aos diabos chamando os que aujeſsem tirar dallj, eque a a afogaſsem eſendo mais perguntada dixe que ha mais deſeis annos que ella foj companhejra detareja roiz cjgana, eque ento do eſſe tempo ella Ree nunca blasphemou cõ tra deos nẽ contra os sanctos e que todas as cjganas lhe querem mal et ſaõ ſuas e -nemjgas et foj logo perguntada por que |
|
 |
9 que rezaõ quando ueo asta mesa confeſsar ſuas Culpas et receber juramento pera falar tudo na uerdade calou edejxoude comfeſsar a blasfemea que dixe cõtra nosa senora a renegando della edejxou de confeſſar, as dittas blasfemeas, q dixe na cadea, respondeo q naõ lhe lembrou entaõ epor naõ ſaber aſignar eu Notro aseu rogo asinej cõ osor ujsitador Mano elfrco notarjo do sto offjcjo nestaujsitaçaõ o escreuj – Mendoça ~ Manoelfrco ¨ ſeſaõ Aos ojto dias do mes de Janro de mill e qujnhẽ tos et nouenta edous annos nesta cjdae do ſaluador pareçeo nesta mesa ma frez cigana Ree preſsa pellosancto offjcjo aqual reçebeo juramento dos ſanctos e vangelhos emque pos sua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizer em tudo uer dade efoj logo amoestada cõ mujta charjdade falle et comfeſse |
|
 |
toda auerde, respondeo o que tem ditto tudo eraõ tem mais que dizerfoj logo pergun tada per sua genelosia, respondeo que naõ fabe os nomes deſeus auos nẽ tios nẽ ſabe parente ſeu estar preſso pella ſancta Jnqujsiçaõ, eſendo mais pergũ tada de clarou que o balthesar frez que ſe diz ficar no Rejno nas galles naõ he ſeu marjdo nẽforaõ casados mas ſoraõ amigos et pedio aosor visitador que lhe maõ daſse fazer estes autos conclu ſos, e a despachaſse cõ mia, ellogo foj jnsinado como ſe deue persinar et benzer elle foj mandado aprender adoutrjna cristaã por quanto, naõ ſe persſinou como ſe costuma na Jgreja por que na boça e nos pejtos, em lugar de dizer liuranos sor deos nosso denosos enemj gos, dixe miſere deus noster, e ſomẽte dixe padre noso, auemarja, credo, ſalue regina e por naõ ſaber aſignar eu no tarjo a ſeu rogo aſinej cõ osor ujsitador Manoelfrco Notro do sto offjcjo nesta ujsitaçaõ oescreuj |
|
 |
o escreuj – Mendoça ~ Manoelfrco Efejta a ditta audiencja llogo elle sor ujsitador mandou fazer estes autos conluſos os quais logofiz Manoelfrco Notro dosancto offjcjo nesta visitaçaõ ho escreuj Com Cluo ForaõVtos Estes autos Em mesa Epareceo atodos os Votos qVto cõfeſſar <a Re> depois de preſa, blasfemar cõtra deus a Renegãdo delle na cadea E ẽcomẽdarſe aos diabaos E arenegar de noſſa ſora posto q quãdo cõfeſſou notẽpo de graça calou a arrenegacaõ qſe, de noſſa ſora Enaõ auer pua baſtãte cõtra ella de ſer Vseira a blasfemar ſemelãtes blasphemias – Va Eſtar em corpo Empee deſcalca cingida cõhuã corda cõhuãVella aceſa <na see hũ domingo a missa> E faca abjuração de leui empublico Eva degradada pa angolla pa todo ſempre pa fora do brazil Epague as cuſtas 9. Janro. 1592 OBispo ~ Mendoça FernaõCardim – Lionardo Arminio |
|
 |
_ |
|
 |
Sentença Acordaõ o visitador do ſancto offjcjo, o ordinarjo, e aſseſsores, que uistos estes autos, proua de testas, et comfiſ- ſaõ que fez despois de preſsa a Ré que preſente esta, Marja frez, e per outro nome ujolante, cigana veuua, na tural de ſam felliçes dos gallegos filha de frco escudejro e de ſua molher marja violante, molher de frco frez ferrejo cigano ja defunto, de idade de qua renta annos que ueo de grada do Rejno por furto de Jumentos pera es tas partes do brasil,: Conſta que Jndo ella pellos matos deste Reconcauo paſ- ſando huã Ribejra de agoa emolhando- ſe, dixe que arenegaua de deos, e de noſsa ſora |
|
 |
ſora, as quaiſ blas femeas dixe duas uezes no mesmo tempo: e ſendo reprendida naõ ſe des dixe. Conſta mais que es tando preſsa aRee nesta Cidade na cadea ſecular, Jndo a carcerejra lan car lhe huns ferros, ella com colera di xe, que arenegaua de deos; e na mes ma priſaõ em fadada della ſe em- comendou aos diabos chamando por elles que aujeſsem tirar dallj, eque a afogaſsem, Consta mais que cho uendo mujto dixe a Ree, que deos que mj jaua ſobre ella, e que a querja afogar as quais blas femeas, todas, ſaõ he reticais, et reſulta dellas roim sospejta contra a Re, que as dixe, como clara mente consta destes autos: quanto mais |
|
 |
12 mais que ha preſunçaõ contra aRe de ſer uſejra, et costumejra, apor qualquer lleue ocaſiam, arenegar de deos, ede ſancta marja, et blas femar ſemelhan tes blas femeas hereticais, posto que diſso naõ ha proua bastante; eaſsim con sta mais queujndo aRee no tempo dagraça aesta mesa dizendo querer com feſsar ſuas culpas naõ fez confiſ ſam Jntejra nem uerdadejra por que calou, e negou, ter arrenegado de nosa sora, nos matos, ecalou ter arenega- do de deos naprjſsaõ, eterſe nella em- comendado aos diabos, enegou ſer uſejra adizer ſemelhantes blas femeas hereticais, auendo pre ſumçaõ contra ella, no que tudo mostrou ſer pou co te mente |
|
 |
mente a deos, e pouco lembrada da ſua ſaude espirjtual, pello que tudo epello mais que destes Autos consta <respeito ao arrepẽdimẽto q mostra> cõdenaõ aRee marja frez, per outro no me, violante, que hum domjngo, ẽ quanto ſe celebrar a mjſsa, esteja na ſee, em pee, em corpo, descalça, çengida cõ huã corda, et cõ huã uella açeſa na maõ, et faca empublico abjuração de léuj ſospejta na fee, et vá degradada pera todo ſempre pera fora do brasill e uſando com ella de mujta mjsiricordia lhe perdoam as mais penas publicas que mereçja: e aprendera, a benzerſse, e perſinarſe, por que o naõ ſoube fazer nesta mesa, et outro ſsim aprendera os mandamentos da lej dedeos, e os da ſancta |
|
 |
13 da ſancta madre Jgreja, eos peccados mortais, por que tambẽ nẽ os ſoube di= zer, e pague as Custas. Dada na cidade doſaluador aos noue de Janro de mill equjnhentos enouenta e dous ~ Heitor furtado de mendoça abjuraçao de leuj per ante uos Reuerendo sor Jnqujsi dor Juro nestes ſanctos euangelhos em que tenho mjnhas maos, que de mjnha propria <e liure> vontade anathema tizo ea parto de mj toda aespecjae de heresia, et apostasia, que foj, ou ſe allauantar contra nosa ſanctafee catholiça et ſee apostolica, especjal mente, estas que agora em mjnha ſen tenca me faram Ljdas, as quais aquj ej por ex preſsas ede claradas de que |
|
 |
me ouueraõ por de leuj sospejto na fee et Juro et prometo de ſempre ter e guar dar a ſancta fee catholica que tem et em ſina a ſancta madre Jgreja de Roma eque ſerej ſempre mujto o be di emte ao noso mujto ſancto Padre pa pa gregorjo, ora preſsidente na Jgre ja de Roma e a ſeus ſuceſsores et com feſso que todos os que contra esta ſancta fee catholica ujerem ſam dignos de com denacaõ, et prometo de nunca com elles me aJuntar,e deos perſeguir e des cobrir as hereſias que delles ſouber aos Jnqujsidores ouujsitadores et pre lados da ſancta madre Jgreja e Juro e prometo quanto em mjfor de comprir a penjtencja que me he Jmposta, e ſse cõ tra isto ou parte dello em algum tpo uier ( o que deos naõ per mjta ) e aja |
|
 |
14 na pena que per drto ental caſso me reçer, e me ſob meto a ſeuerjdade e cor rejcaõ dos ſagrados cânones et re quejro ao Notro do sto offjo que disto paſse estromento, et aos que preſen tes estaõ ſejaõ testas. et aſsinem aquj por mj. ~ Manoefrco Frco de gouuea Frco Fra Aluro de uilas boas foj pubrjcada esta ſentenca atras a Ree aos vinte eſeis dias do mês de Janro de mill e qujnhentos e no uenta edous annos nesta ſee deſta cidade em prezenca da Ree pello padre cura da ditta ſee estan dopr ſente osor ujsitador, e o bispo e gouer nador et grande cõ curſo de gente Mano ell frco Notro do ſancto offjo nesta visita caõ o escreuj ~ e a Reefez na ſee a abjuração atras osobre ditto o escreuj |
|
 |
oye vinte e ſeis deJanro de mill e quj nhentos et nouenta et dous annos ſe paſsou mandado pera este ree ſer ſolta per mandado do ſor ujsitador Manoelfrco Notarjo de ſancto offjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ |
|
 |
15 Aos ſeis djas do mes de Julho deu nesta mesa feefrco frra q faz as cjtacois desta mesa que por mandado dosor ujsitador no ti fficou os djas paſsados duas vezes djuerſas aesta ree q foſse cõprjr ſeu degredo ſob pena deſer acoutada elogo apareçeo a mesma Ree nesta mesa eo djtto sor lhe mandou q nesta Nao q ora esta pera hir pera pernaõ buco ſe em barque pera della no prjmro naujo ſeſahir forado brasil e eq ſe aſsi o naõ cõprjſse auja de ſer acou tadaſẽ do tornada achar, neste brasil edisto mandou osor ujsitador fazer este termo Manoelfrco Notro dosto offjo. nesta ujsitacaõ o escreuj ~ |
|
 |
Aos noue djas do mes de Julho de mil e qujnhentos e nouenta e dous foj permandado dosor ujsitador frco de gouuea daltero merjnho do sto offjo. buscar a Ree marja frez cjgana per aem barcar peraper naõ buco pera dahi ella na prj mra em barcaçaõ ſe hirfora do bras ¨ como lhe estaua mandado nesta mesa o qual merjnho despois de fazer a deligencja deu nesta meſa ſuafee de como ellefora acasade bastiam luis desta cjdade e ay a chara a djcta cjgana escondjda detras de huã arca e era entaõ apren deo et perllos homens amandou en tregar no Naujo que ora partio pera per naõ buco en que ella ora¨ et aſig |
|
 |
16 et aſignou aquj este termo Mano elfrco Notro dosto offjo nesta uj ſitaçaõ o escreuj ~ Frco degouuea Aos ujnte ecjnquo djas domes de no uembro de mjl qujnhẽtos e nouenta edous teue osor ujsi tador uer dadejra Jnformaçaõ de como esta Ree naõ qujs cõ prjr ſeu mandado et penjtẽcja q lhe estaua dada nẽ hir com prjr ſeu degredo mas antes fa zendo o contrajro ſe tornou a em barcar depernaõ buco pera esta bahia eque anda escõdjda pello |
|
 |
pello termo desta cjdade e de nojte vem as uezes a ella pello q mandou ao merjnho dosto offjo. que fizeſse de ligencja pera aprender porquãto Ja mandar a hum familiar atapuam onde ella estaua pera aprender et ella ſentindo o fugia e ſe escondeo pello que o djtto merjnho no djtto dja as noue oras da nojte foj acasa deAnto bal dajo nesta cjdade et a achou escondj da em huã cama em colhida de bajxo de hum em fermo q nadjtta cama Jazia doente e aprendeo e a entregou preſa ao alcajde do carçere dosto offjo. edetudo fiz este termo Manoelfrco Notro dosto offjo. nesta ujsitaaçaõ o escreuj ~ termo |
|
 |
17 Aos ujnte eſete djas do mês de nouem bro de mjl equjnhentos enouenta edous annos nesta cjdade do ſaluador capitanja da bahia de todos os ſanctos nas casas da mo rada dosor ujsitador dosto offjo. hejtor furtado de mendoça man dou ujr peranteſsi a marja frez per outro nome ujolante Ree presa contheuda nestes autos autos| et reçebeo Juramento dos ſanctos euangelhos ſob cargo do qual prome teo djzer en tudo uerdade efoj logo perguntada ſelhe a lembra aellaque foj embarcada desta cjdade per mandado desta mesa pera pernaõ buco pera que pernaõ buco logo na prjmra |
|
 |
na prjmra embarcação ſe ſayſse eſe foſse a comprir ſeu degredo perafora deste brasil como lhe foj dado em penjtencja nesta mesa neste proçeſso et lhe foj mandado por ellesor ſeella aſsi o naõ fazia auja deſer açouta da pubrjcamente eſe lhe lembraella que quando fez o Juramento da abJura caõ naſee Jurou de comprir apenj tencja que lhefoj posta, respondeo que ella he bem lembrada, das djtas penas de acoutes que lhe foraõ postas quefoſse comprir ſeu degredo epera iſso foj embarcada nesta cjdade per mandado delle sor mas quenaõ lhe lembra do Juramento que fez naſee perguntada ſe ellafoj daquj em barcada pera comprir ſeu degredo eſabia que lhe estaua posta a djcta pena |
|
 |
18 pena por que rezaõ o naõ comprio e ſetornou de preposito aembar car pera esta cjdade onde ora foj preſsa por iſso, respondeo que estã do ella empernaõ buco lhe djſseraõ huns homes que foraõ por terraque huã ſua filha menjna de cjnquo an nos que ella dejxou natapuam ter mo desta cjdade, en casa de andre deleam que aujraõ estar trosquj ada chea depiolhos ebostellas eque ella entaõ com ador eamor de maj determjnou de ujr auer ſua filhacõ tençaõ de atomar e aleuar consigo eſe ſahir a comprir ao djtto ſeu degredo per guntada ſea aconſelhou alguẽ que ſe ujeſse de pernaõ buco, respon deo que naõ, perguntadaſe quando ella daguj foj em barcada ſe alhe a conſelhou |
|
 |
conſelhou alguẽ aquj outinha aconſelhado que ſe tornaſse, respondeo quenaõ perguntada despois que ella desem barcou na tapuam quem destacjda de lhe mandou recado ouaujso, res pondeo quenjnguẽ, pe<r>guntada que quando aprenderaõ ora en casa do baldaja nesta cjdade ſe tinha ella Ja dantes dado recado aelle ou aujſo ou o tinha aujdo delle ſobre estaſua tornada respondeo que naõ, mas q na mesma nojte en que o merjnho dosto offjo. aprendeo, etachou en casa do djtto Anto de baldaja eſsa nojte foj aprjmejra uez que ella Ree foj a ſua casa despois desta tornada de pernaõ buco, perguntada quantas embarcaçois partiraõ de pernaõ buco, enquanto ellaora laa esteue respondeo que lhe parece q partiraõ duas |
|
 |
19 duas pera o Rejno porem q no tpo que ellas partiraõ andaua ella Ree pellas fazendas fora daujlla pedjndo esmola epor naõ ſaber aſignar a ſinej por ella cõ osor ujsitadorMa noelfrco Notro dosto offjo. nesta ujsita çaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoelfrco
ſeſsaõ Ao prjmejro dia do mes de dezembro de mjl e qujnhentos enouenta edo us annos nesta cjdade dosalua do capitanja da bahia detodos os ſanctos nas casas damorada do sor ujsitador dosto offjo. hejtor furtado de mendoça perante ſsi mandou ujr marjafrez alias vilan, Cjgana Ree conteuda nestes autos e recebeo Jura |
|
 |
Juramento dos ſanctos euangelhos em que pos sua maõ derejta ſob cargo do qual prometeo dizerdade et foj lo go perguntada quantos annos ha que ella nesta cjdade vestida entrajos de homẽ em companhia de outro cjgano chamado frco fizeraõ humfurto nesta cjdade encasadehuã molher, respon deo que ella nuncafez talfurto eque iſso hefalsidade que as cjganas ſuas e nemjgas lhe aleuantaõ, perguntada per cujo conſelho dejxou ellade hir cõ prjr o degredo eſe tornou aesta cjdade, respondeo q por cõſelho de njnguem ſe naõ ſoo pello amor de ſeus filhos como tem declarado, etornada amoestar djxe que naõ tem mais que djzer do que djtto tem epor naõ ſaber aſignar eu notro aſeu rogo aſinej cõ osor ujsita dor Manoelfrco Notro dosto offjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoefrco |
|
 |
20 Efejtas as dittas audentias pormã dado dosor ujsitador fiz estes autos con cluſos Manoelfrco notrodosto offjo, nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ Clo Aos cjnqo djas do mes de dezembro de mil e qujnhentos e nouentaet dous annos nesta cjdade dosal uador capitanja da bahia de todos os ſanctos pareçeo perante osor visitador aRee eperguntadanaõ ſe ſoube djzer os mandamentos delej de deos, et dasta me Jgreja nẽ peccados mortais que lhe estaua manda do, nẽ ſobe bem o credo, dejxando alguns artigos de dizer, foj lheper guntado por q naõ aprendeo adou trjna |
|
 |
trjna qlhe foj mandado, respondeo que ſeu fo. eoutras peſsoas aſeu rogo lha Jnsinaraõ mas que ella naõ tẽ çelebro pera a aprender efoj lhe mandado faça djlligencja e aprenda adoutrjna como esta obrjgadatoda cristaã epor naõ faber afignar eu notro afeu rogo afinej cõ osor ujsitadorMano elfrco Notro dosto offjo. nesta ujsitaçaõ o escreuj ~ Mendoça ~ Manoefrco Efejta ditta fefsaõ logo osor ujsitador me maõdou fazer estes Autos cõ clufos os quais logo fiz Manoelfrco notro dosto offjo. nesta ujsitaaçaõ o escreuj ~ Clo |
|
 |
21 ForaõVistos Eſtes Autos Em Mesa EPareçeo atodos os Votos. qVto co- mo a Re deſpois de tãtas Vezes amoeſ- tada foj Embarcada pacõprir ſeu de- gredo, E cominada cõ acojtes, E cõ tudo Ella ſe tornou a eſta Çidade no qſe moſtrou mto desobediente, E jmpoe nitente. Para Exemplo ſeja açoj tada publica mente por eſta cidade, E Em barcada naprimra Em barcaçaõ pa Jr cõprir ſeu degredo, E ſe tornar mais aſer achada neſte brazil. ſera caſtigada cõ mto Rigor. EPague as Cuſtas. na Baja. 10. dezro. 1592 – OBispo – ~ Mendoça FernaõCardim ~ Lionardo Arminio Fr DamiaõCordeiro ~ Fr Melchiordestacna |
|
 |
|