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             Conjunto documental 1.1.612/93-3-15Edição modernizada
 Arquivo gerado pela ferramenta E-Dictor
 
 
 "ACJ_01" (author: Desconhecido, Desconhecido) [ extensão: full, 840 palavras ]
 
                
                
                
                   |  |  Ilustríssimo excelentíssimo senhor,
  Diz Anna Caetana de Jezus, moça solteiramoradora no distrito de Parnaíba, que ela suplicante
 é senhora, e possuidora do sítio que herdou de seu
 pai, Luis Mendes Vieira, como consta dos documentos
 juntos, e porque Antonio Joze de Miranda, do mesmo
 distrito, por a suplicante ser mulher a tem o suplicado a
 violentado entrado nas suas terras, querendo lhe as tomá-las
 à valentona debaixo do respeito do capitão-mor daquela
 vila, genro do suplicado, de sorte que a suplicante
 com a justiça daquela vila não tem partido algum
 e por esta causa [s]e ver obrigada a molestar a Vossa Excelência
 rogando-lhe, que por sua bondade seja servido mandar
 que o suplicado se abstenha de fazer roça nas terras
 da suplicante e que apresente os títulos por donde as quer
 tomar da suplicante, portanto,
  Pede a Vossa Excelência quando seja servidomandar informar a este respeito
 que seja o sargento-mor da vlla, ou
 reverendo vigário, e sem embargo de tudo
 Vossa Excelência mandará o que for servido
  Espera receber mercê |  | 
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                   |  |  Ilustríssimo e excelentíssimo senhor  Em observância da respeitável ordem queVossa Excelência me deu vocalmentes sobre o requerimento de Ana
 Caetana de Jezus que remeto incluso; passei a me informar
 dos vizinhos da suplicante, e do reverendo vigário da vila de Parnaíba
 João Gonçalvez Lima, como se vê da carta do mesmo reverendo
 vigário, Nº1, e da carta do reverendo padre Carllos Antonio da Silveira
 da mesma vila, Nº2, pessoas estas de toda probidades. Achei que
 o requerimento da suplicante é verdadeiro, e ouvindo ao suplicado
 e vendo o seus títulos, é somentes uma simples escrituras,
 que não acho suficiente para encontrar os documentos da suplicante
 porque não apresenta papéis do primeiro vendedor, que declara
 na dita escritura,, que comprara do reverendo padre presidente
 do mosteiro da mesma vila frei Joaquim, e nem apresenta o termo
 da arrematação que me diz arrematara em praça. Portanto
 em cumprimento da respeitável ordem de Vossa Excelência,
 apront[e]i a suplicante, e o suplicado para se apresentarem, aqui
 no dia que Vossa Excelência se achar nesta freguesia, e o suplicado com seus d[o]cumentos
 autênticos e juntamentes o termo da arrematação,
 para apresentar a Vossa Excelência; que por as - segundo as informações
 que tomei[*] e à vista dos papéis de ambos, acho que a suplicante tem
 toda a razão. É o que posso informar a Vossa Excelência [a]
 cuja respeitável pessoa Deus guarde por muitos anos, Cot[ia]
 29 de outubro de 1816.
  Ilustríssimo e excelentíssimo senhor conde de Palma  Jozé da Silva de Carvalhosargento-mor comandante
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                   |  |  Ilustríssimo senhor sargento-mor Joze da Silva de Carvalho  Nº1  É constante o vexame, que sofre a minha freguesaDona Anna Caetana de Jesus com o vizinho ajudante Antonio
 Joze de Miranda, morador hoje entre as terras de seu
 sítio em um pequeno campestre, ou tapera, do falecido
 Lourenço Pinheiro, pois este ali vivendo em vida de Luiz
 Montes Vieira, pai da mesma, se conservava em uns
 pequenos limites entre os marcos de medição das terras
 do mesmo Luiz Mendes, e vendendo ao coronel falecido Policarpo
 Joaquim de Oliveira já em sua vida quis ex[c]eder,
 e prolongar a possessão daquela dita tapera, e agora
 o ajudante Antonio Joze de Miranda, que arrematou
 aquele lugar, consta-me ter entrado, e pertende[s]
 entrar em grande parte das terras, como melhor
 dirão os vizinhos, e se pode ver pelos títulos. À vista
 do que tem razão a mesma Dona Anna Caetana
 de procurar os meios de se livrar destes vexames,
 e prejuízos. Ela é uma senhora muito de bem,
 órfã, e desamparada, que tem vivido com toda
 honra, e só cuidando [co]m seu trabalho em
 manter a sua pobre casa. [Te]rei toda
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                   |  |  satisfação, de que Vossa Mercê, averiguados os papéis,e [concertadas] as partes, tod[o] se esforce em
 compor esta dúvida, e se dê fim a estes vexames
 pelo amparo do ilustríssimo e excelentíssimo senhor conde.
  Deus lheguarde felizes anos. Parnaíba 27 de outubro
 de 1816
  De Vossa Mercêmuito venerador, e obrigado criado
 
  João Gonçalvez Lima. |  | 
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                   |  |  Ilustríssimo senhor sargento-mor Joze da Silva de Carvalho  Nº2  Recebi a sua estimadíssima, na qual vej[o] pedir-meuma exata informação sobre dúvidas, que tem Dona
 Anna Caetana com o ajudante Antonio Jozé de Miranda
 a respeito de terras. Eu de padrão, ou de
 rumo não sei com individuação; mas sei que o lugar
 onde está[*] morador o ajudante Miranda foi de
 um pobrezinho chamado Lourenço Leme do
 Prado, e é um pequeno feital aonde ele muito
 mal vivia, e para poder plantar muitas vezes pedia
 ao pai da dita órfã Dona Anna Caetana
 de favor para plantar em suas terras, e disto
 sei por ter sido vizinho. E para melhor se conceituar
 o dito lugarejo, basta ver que por morte do
 dito pobre foi avaliado por vinte mil réis, e
 agora o dito ajudante tem roçado, e plantado
 nas terras da miserável desvalid[a] saindo
 dos limites, que nunca os primeiros possuidores
 saíram , isto é, há quarenta, e tantos anos
 que tenho conhecimento do lugar. Isto é o que posso
 informar. Estimo sua saúde, e de tudo quanto
 lhe diz respeito. Deus guarde sua estimável pessoa
 por muitos anos Parnaíba 26 de outubro de 1816
 
  De Vossa Mercêamigo e compadre amante
 
  Carlos Antonio da Silveira |  |